Na minha companhia
Na minha companhia
Quero aquela paz da vida lenta apressada
As palavras vãs de quem atenta está calada
A rotina de quem a quebra sem na verdade quebrar
E a leva sem sair do seu pacato lugar
Quero saborear este vazio que me passa rente
Esta autonomia que é minha tão somente
Ter vida própria sacudindo à volta toda a poeira
Ser a companhia que vive solta à minha beira
Quero o voo de uma mulher plena e independente
Num céu poema que invento na minha mente
Não preciso de metades se com vaidade já sou inteira
Nem quem seja a sombra da minha velada cegueira
Quero um amor em liberdade que não me castre a voz
Se assim não for quero a pacificidade de estar a sós
Luísa Rafael
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Porto, Portugal