Aquela cerejeira
Aquela cerejeira
Aquela cerejeira que com o frio se despia
Dos borbotos de lã rosa poesia
Às vezes era soalheira quando chovia
Outras à sua maneira como lhe apetecia
Tinha uma feminilidade graciosa magenta
Não dava cereja rubra deliciosa suculenta
Andava nas nuvens com um braço no ar
Adormecia sonhadora no regaço do luar
Aquela cerejeira que se vestia de algodão
Num tecido Primaveril com flores de Verão
Às vezes era vento que me embalava o sono
Outras era silêncio em palavra de Outono
Tinha sempre a percepção do meu sentir
Aquela cerejeira que me fazia sorrir
Luísa Rafael
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Porto, Portugal