DESCONFIO DE QUEM SE DIZ RESOLVIDO
Passo o tempo refazendo
Meus versos mal-ajambrados
Troco as roupas das palavras
Retoco a maquiagem
na face dos verbos
Um poema nunca está concluído
Apenas termina sem acabar
Desconfio de quem se diz resolvido
Eu, que me vejo sempre em reforma
Eu, corpo em desconstrução
Abismo sem fundo, desconhecido
Gasto a vida a me buscar
Do berço ao chão
Sem nunca me completar