TRABALHADOR

À noite quando ele chega parece trazer o sol consigo.

Sim, parece não fazer sentido

Mas trabalhou o dia inteiro

Sob aquele forte brilho

Que o corpo tornou-se depósito do calor

Da maior estrela.

Jornada de um trabalhador

Exposto ao sol de sol a sol

De sol a sol literalmente

Não como a rotina de tantos

Que se firmam na força da expressão.

Fim de expediente, hora de voltar,

Nele, a noite é dia quente

Concentra-se nele todo o calor

Do enfadonho dia que findou.

Em seu descanso finalmente

O corpo a flamejar

É asfalto ao meio-dia, à meia noite

A ponto de incendiar.

Aproxima-se a amada, ao chegar a hora de dormir

Posiciona-se entre aqueles braços

Distancia-se a seguir

Ao sentir o calor daquele sol, deitado bem ali.

Madrugada a fora e ainda há calor

Evaporando do sol: trabalhador

Mas de manhã o sol já se foi

Pra começar tudo outra vez.

Idenilde Pacheco
Enviado por Idenilde Pacheco em 28/09/2023
Reeditado em 06/11/2023
Código do texto: T7896420
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