SENTIDOS.

Em mãos fechadas,

Agonizante dorme o grito

Das bocas cansadas

Vazias de palavras

Que façam sentido

E ao tempo algoz

Medido em ponteiros

Vagam as horas

Ausentes de falas

E carentes de nós

Palavras...

Escritas, faladas,

Pensadas, sonhadas

Já não as tenho

Tampouco as quero

Não mais...

Reposicionadas letras

Articuladas em vão

Dispensam canetas

Quando tocam as mãos

E na partida de sílabas

Tão separadas em hiatos

O texto se repete

Em aliteração

Na construção sinestésica

Do Poema que nasceu

Tu és escrita

Eu sou papel

Nesse Poema teu e meu.

Elenice Bastos.