Inverno no Cerrado
Na noite fria e escura
encontra-se a seca
na savana expansiva
pontilhada de relva dura.
Desde o chão compacto e vermelho
é ele, alto e imponente guerreiro
surgindo áspero e grosseiro
rígido, oblíquo, pálido ao Luar
rachado, pronto a gritar
perdido num canto, sozinho
no Inverno seco e calado
mas brilha ardente e amadeirado
ao primeiro fulgor do Sol
o Ipê Amarelo.
Outrora torto e enxuto
tão digno de pena
agora floresce dourado
e atrai companhia
acende o vasto Cerrado
e, vivo, a Primavera anuncia.