Afasta o vazio
No breu da alma
Onde ancoram os fantasmas...
Onde se ouve o sussurrar da incerteza,
Que ocupa esse vazio...
O medo não se cala
Na ausência do silêncio,
A solidão de mim fala,
Tão suavemente que doí,
Essa fria calma...
Aconchegando-se entre as paredes,
Pois, há uma brecha aberta,
Nem á água matam a sede,
A solidão abriu essa porta,
Onde a escuridão escreve
Seus próprios versos,
A mente já não ouve o coração
Houve tempo que está não dizia não,
Mas dominou, por falta de atenção,
Espalhou as espigas
Em terrenos baldios do âmago,
Viu os rostos com vigas, rugas
Quando este sentia o desapego,
Sentiu-se só, sem sossego,
Quando o amor foi envenenado,
No cálice daqueles lábios amargos,
Nos tão frios e falsos abraços,
Onde muitos perderam os laços
Agora os sonhos dormem,
Onde não germinam as sementes,
O a(mar) tornou-se diferente,
Há o recipiente que precisa se preencher,
Para que possa nascer,
A faixa do amor, o prazer,
Para que o silêncio
Não seja apenas o som da alma,
E que não corrompa a essência do ser,
Na espiritualidade do existir,
Libertemos a raiva porvir,
Resgatando cada flor de amor
Que existe em cada receptáculo,
Para que não nos sintamos sozinhos,
Rebusquemos a força em nós,
E sigamos firmes novos caminhos,
Onde emana a esperança e o amor,
Onde a íris possa enxergar
A bela da cor,
Onde o vento sopre
Na direcção certa do a(mar)
Afasta o vazio
que há em ti (...)
(M&M)