falando da pedra

A pedra, simples pedra, minhas mãos tocaram,

A pedra, mas meus lábios sussurraram o

Nome pedra, e a pedra também era uma

Palavra, quando pronunciada, assaltava o céu,

Não apenas era, mas consistia nisso, estava sob

Minhas mãos, mas batizada para o silêncio,

Uma protuberância também esculpida para os olhos,

E as mãos exploravam suas imperfeições,

Era a mesma carne erodida pela

Garganta do tempo, eu a guardava como o mundo me guardava,

Guardada, era pedra e não poeira

A flutuar, mais leve que o ar, na atmosfera,

Nome quando na pedra eu me buscava, não

Sei, semelhança, éramos a mesma presa, à medida

Que o tempo passa, o espelho retrovisor saberá

Que não pode ser dito, tudo é vida e a vida é

Passagem entre as imagens, a pedra não

Fala minha língua, mas sua própria língua

Que lhe sussurra sobre o tempo, e ela sangra em

Outra língua, ela clama por Deus quando se percebe como pó,

Somos irmãos, mas não frequentamos a

Mesma escola, enquanto eu falo manga, ela sussurra

Terra, quando digo luz, ela não compreende porque

Já ela é apenas pedra e só conhecerá a pedra

Que um dia segurei em minha mão e a entendi como

A pedra é feita; feita de muitas pedras, mas

Apenas um pensamento sobre como ser uma pedra,

Parti e levei uma imagem da pedra, tão

Pedra quanto a pedra que um dia troquei por

Uma palavra: pedra.