Um rio chamado tempo
Tolice julgar alguém velho
Se o mesmo rio nos arrasta
Em suas águas que deságuam num mar
Nos agarramos aos galhos e pedras pelos caminhos
Submergimos e emergimos
Sucessivas vezes
Miramos o horizonte
Sorrindo ao sol que nasce
Mas logo percebemos
Que o fio d'água partiu
E o rio de nome tempo
Ao despertar nos consumiu
Tolice julgar alguém velho
Como algo imprestável
Se o mesmo rio
No qual se navega
Também se afoga
O rio chamado tempo
Passa sem opor resistência
Flui
Invisivelmente
Arrastando a todos