"LIAISON"

Se pouco imaginas

Qual têmpera tem tal feitio

Em busca de algo além

Sem predizer para o que fazer

Sem querer ouvir um não

Tempos que se passam em loas

Na baixa temperatura de hoje

Por escolhas ora difusas

Melindres soltos no ar

Qual “vendetta” apraz

Sem seguir mais um sinal

Parado no ar sem silêncio

Menos que te importa

O agora é escárnio de tudo

Como se nada mais fosse ontem

Diligente em tantas causas

De afins estultos em vil metal

Por hora mais semelhante

Em pouca admiração adiante

Tomas apenas parte deste enredo

Mal-traçando a página em branco

Que de branco pouco se afigura

Penalizando a ponta desta pena

Recolhes de um tom mais baixo

Versando uma fuga antes da ária primeva

No acorde em semi-tom, vez faceira

Tenaz em outra fuga seqüente

Nem as flores vicejam mais radiantes

Malogradas em poucos aromas

Por cânticos sem os mesmos esmeros

Solos rústicos de solitária visão

De tudo aquilo que não se enxerga

Mesmo diante de tantos signos

O ar ainda parado, sôfrego

Salienta a latente dor nesse peito

Que mais do que uma busca

Exalta tantos amores na penumbra

Nesse ocaso de dia que se nega a acabar

Enquanto outros olhares se vertem

Num rasgo riso sem estima

Para tantas sobras de dor

Outro tom, mesmo refúgio

Bem quista Ilha, de tantos sonhos.

Peixão89

Publicado também na AVBL - Academia Virtual Brasileira de Letras

Peixão
Enviado por Peixão em 25/03/2005
Reeditado em 14/02/2007
Código do texto: T7893
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