Gato de Prédio
Eu conheci um gato\
Que se chamava Zuzu\
Era tão engraçado\
Mas seriamente ocupado\
Com suas perípersias\
Com os seus olhos arregalados\
Na hora da madrugada\
Chamava pra brincar\
Subia num lado
Da parede da sala de estar\
Eu conheci um gato\
Com cara de malvado\
Que gostava de subir\
Na pia pra olhar\
Os carros lá em baixo, na rua passando\
Quando amanhecia o dia\
Ele se jogava na porta do quarto\
Pra exigir sua ração, sua comida, um agrado\
Era só abrir a porta da saída\
Que ele se desesperava a gritar\
E fugia\
Só pra andar pelo corredor\
A atiçar sem querer o humor\
Dos cães da vizinhança\
Porque pra ir a rua ele temia\
Até que um dia o denunciaram ao síndico\
Que como norma, adotou a advertência\
Confesso, que mais do que aquele gatinho\
Fiquei possesso\
Mas nada pude fazer\
Os cães saiam e nos tapetes mijavam\
Mas ninguém reclamava\
Só porque o gato miava\
Como réu, sem defesa\
Foi pro andor\
Como não tinha o costume\
De sair, o jeito foi ficar por ali\
Como macaco subir\
Nas paredes\
Quando vinha do seu banheiro\
Conheci um gato infrator\
Que era doutor\
Em fofocar e fazer a gente rir\
Pra se acalmar\
Era simples de cor\
Branco e preto\
Como alguns bichanos\
Chorava, as vezes\
Querendo alguma coisa\
Que a gente não sabia\
Mas era a nossa alegria\
As vezes, como a gente não o entendia\
Ele aborrecido nos agredia\
Mordia nossas pernas\
Dava aquele tapa e se escondia\
Por fim, ele ia ao nosso quarto\
Preparava o local\
Se arredava, se arredava e deitava\
Com a cabeça sobre nossas pernas\
Dessa forma, ele, como um anjo dormia\