ALVORADA
Se esvai de mim
a ânsia da perenidade
Medos inaudíveis,
que surgem na imanente aurora
Sentimento arcaico,
que maldiz falsamente o tempo
Faz-me sofrer o descanso da espera
Ó lua, fragmento de solidão!
Vejo-me na noite que não passa,
perdido no beco estreito da ilusão
É revelada a carne que arde em chamas
Na anelante argila do tempo oculto
A fria madrugada recobre a dor
Na firme coragem do amanhecer
Acordei com decepção e ânsia
temendo prosseguir no firme juízo.