10:22...
10:22
Começou tudo apressado bem mais cedo,
Nem atenção foi dada para o horário
Tem um bom dia esperando alguns,
Outros nem sabem que dia é hoje,
Ou se vai ser apenas mais um,
Empacotados com o pequeno amanhecer frio, frio, fome,
É aquela merda de sempre
Do dia atrás do outro,
É o tempo de todas as vacas
Da brincadeira do rádio
O recado, quase aviso da ouvinte...
Se eu morrer nesse avião,
Pelo menos não vou ser culpado pela cagada que vão fazer,
Esse é o dia a dia,
Nesses dias de hoje,
E olha que tem até eleição na parada
E que parada,
Aquele cara sentado no banco da praça,
Quase caindo nos pedaços da vida,
Nem imagina o que passa,
Mal ele consegue passar o dia,
Mal ele consegue ser,
O ser decai,
Bate de cara no chão,
Bem, naquilo que alguns ousam chamar de chão,
Atrapalhando quem passa,
A fleuma do “camelô”,
A vista da praça,
A entrada do Metrô,
Até perguntam, como pode uma coisa dessas?
10:42
O relógio está um pouco adiantado,
O tempo continua uma merda,
O saco está arrastando no chão,
Esse dia vai passando devagar,
Deitado na vista do mundo,
Esperando, esperando, esperando, esperado,
Sem pressa outro dia passar.
24 do 10.
Peixão89