Na inocência do prazer...
Saudade rasga-se no céu
Entre as nuvens,
Como sol presente,
Mas, são miragens,
Em contraste com a chuva,
Tudo parece certo,
Num tempo sem resposta,
De uma estação de sentimento,
Sê sincero, será que o coração entende...
Nem tudo a balança pende...
As mais belas lágrimas de amor,
Foram as que derramei no silêncio,
Quando amar-te era um vício...
Não eras apenas a dor,
Tinhas a cura,
A infinita ternura,
Exalavas o frescor,
Era loucura...
Agora nem a tua voz me calma,
Ouvi-la, doí-me a alma,
É essa a tristeza,
Que definem os olhos,
Que já nem sabem onde olhar
Perderam os caminhos,
E esse abraço, que nem sabe
Onde se aquecer,
E tu saudade, aqui cabes?...
Nem precisas responder,
Será que voltaremos a ser quem éramos,
Nesse presente contínuo,
De incertezas de beijos falsos,
De nuvens cinzentas,
E retratos calados....
Fingir tal qual os poetas,
Em meus lábios morreram os sorrisos,
Minhas íris já nem enxergam,
As flores do paraíso,
Sorrir é a máscara de um quadro negro,
Onde meu rosto já não esconde o breu,
Saudades de tudo que era meu e teu...
Só resta o âmago para me acolher,
Talvez a dor me possa compreender,
Pois, a saudade julga-me,
Na inocência do prazer...
(M&M)