CASARÃO ESCRAVAGISTA
Portais largos e coloridos
Fora do alcance na altura
Som ao caminhar, como assombração
Leito coberto de filó
Sob a cama, tem a peça esmaltada
Com o nome de pinico
O cheiro sentido, vindo do fogão a lenha
A bacia de zinco esperava o sábado
Apenas a madame
Fazia se cheirosa
Banho de caneca pela mucama
Perfume francês importado
Com muito ouro era trocado
O soberano em carruagens
Terras indígenas pastoreava
Explorava a madeira e tudo mais
Para comer e engordar
Coxa de frango no bolso da túnica levava
Quem beijasse sua mão
Tudo tinha que solicitasse
Em troca de tráficos e propinas
Escravos chegavam de montão
Espancavam e exigiam justiça e proteção
Assim foi formada essa nação
Com o nome da madeira
Com o nome de santa Cruz tornou se Brasil!