Os meus versos
Os meus versos
Os meus versos
Nunca foram
Deitados
Nunca foram
Papel
De silêncios
Embrulhados
Os meus versos
Foram pele
Olhos desfocados
Reversos
Desnudados
Por viver
Suspiros
Sufocados
Sem conter
Os meus versos
Foram rasgos
Pueris
Fantasias
Febris
Suores
De desejo
E amor
A acontecer
Os meus versos
Foram
Lábios rubros
Arrepios
Quentes
De calor
Tão puros
E inocentes
Quanto frios
A arrefecer
Os meus versos
Na sua essência
Foram fome
Tiveram sempre
As letras
Da transparência
Sigilosa
Do teu nome!
Luísa Rafael
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Porto, Portugal