Sagrado feminino
Arrisco-me declarar impossível um homem, composto por sua linearidade ímpar, ser apto de desvendar os mistérios que mulheres portam em suas entranhas.
Fadadas ao pecado da sinuosidade, tão fantasiada por palavras sórdidas de um bronco falo. Não saberias deslizar sem arranhar minha pele.
Encarregadas de florescer, raros são os momentos que jorram suas águas límpidas. Possivelmente se afogariam ainda pela nascente do rio, tão claro e feroz.
Capazes de encerrar ciclos a cada crepúsculo, se transfiguram por sobrevivência, exatamente da maneira que a deseja. Efetivamente pensa que desvendaria uma mentira articulada?
Dissimuladas, magnéticas, profundas, apaixonantes, intuitivas e maternais. Conjunto raso e tolo de letras, incapaz de expor a essência que me transborda e me faz mulher.
Te encanto com cravo, mel e açucarados dizeres. Te leio em meus arcanos que de maneira silenciosa, gritam os fatos. Acaso me acesse, a permissão será unicamente minha.
O deixarei crer que existe conquista, para mentes tão territorialistas.