o tigre
Vamos então tu e eu, nessa fluorescência filtrada,
De mãos dadas, as pessoas rodopiam ao nosso lado,
Que nomes lhes deram, onde labutam, são felizes?
Tu não respondes, apenas prolongas o contorno dos lábios,
Teu olhar entre a ruela e minhas palavras treme,
E intocada fleuma te molda, homens apressados,
Mulheres, todas com suas belezas inscritas, algumas
Já se vislumbraram, outras, nada sabem, imersas em si mesmas,
Não se atrevem a ser na corrente impelida de esmeralda.
Os edifícios, antigos e novos, homens sérios em suas
Portas, serão assim em casa, com um amigo, ou estão
Mascarados, tu me puxas, algo me diz, não compreendo,
Rio de volta, encabulado, talvez fosse embaraçoso ou
Envergonhado o que me revelaste, já te amo, meses de desencontros,
Quem cruzaria primeiro a ponte, como acordado, nos
Encontramos sob a ponte, na água que corria alegre,
Talvez o sol a evapore e a envie para as estrelas, talvez o mar
A estrangule e ela esqueça das pedras, do murmúrio
Da nascente, das quedas e bifurcações apaixonadas, tuas
Vestes são de veludo, o frio do inverno, o regato não
Congela, então ele me fala, te possuo, e sou grato, essa pele generosa
Que percorre o mel mais angélico e a ternura da qual os dedos
São videntes, pelas linhas que de ti emana, eu te devoro, solar, lânguida,
suavemente clara, te bebo e tua língua é meu tigre molhado,