AREIA DO TEMPO
Sobre a estante
Um relógio de areia
De vidro contava o tempo
Inexoravelmente
De cima a areia descia
Embaixo a areia repousava
E os grãos marcavam
A hora que por nada parava
Pausei o livro de poesia
Para ver a areia que seguia
Em cima, a areia rareava
Embaixo, mais se avolumava
Assim também minha areia
Escorre inexoravelmente
Sem que eu nada possa fazer
A não ser aproveitar cada grão do dia
Enquanto meu tempo termina seu descer.