AREIA DO TEMPO

Sobre a estante

Um relógio de areia

De vidro contava o tempo

Inexoravelmente

De cima a areia descia

Embaixo a areia repousava

E os grãos marcavam

A hora que por nada parava

Pausei o livro de poesia

Para ver a areia que seguia

Em cima, a areia rareava

Embaixo, mais se avolumava

Assim também minha areia

Escorre inexoravelmente

Sem que eu nada possa fazer

A não ser aproveitar cada grão do dia

Enquanto meu tempo termina seu descer.

Luiz Fraga
Enviado por Luiz Fraga em 18/09/2023
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