Quem de nós dois?
Me amo e me odeio igual
Se isso é possível, não sei.
Hoje faço coisas incríveis,
Logo vejo que ontem errei.
É que sou feito de coisas
Que gosto e que detesto...
Num dia penso ser bom,
Noutro sei que não presto.
Beijo a face com carinho,
Só para depois estapear.
Se hoje eu estou sozinho,
É que eu não soube amar.
Engraçado que depois vejo
Que amei em desmedida.
Não foi o abraço, o beijo,
Que te afastou da minha vida.
Fui eu? Ou talvez foi ele?
O pior é que somos um só.
Sou mal, amoroso vingativo...
Um triste pobre de dar dó.
Sou também merecedor
De repúdio e de revolta.
Carrego sim, a minha dor,
Sei odiar e viver o amor.
Ser contraditório, não importa!
Ou importa?