O meu céu
O meu céu
Lá em cima onde o azul é sentimento e almas
Aconchegando o vento de nuvens alvas
Ascendem os meus olhos em fé e devoção
Na minha pequenez segura com o pé no chão
A aridez pura sinto-a nos penedos que me elevam
Na nudez das mãos que os medos carregam
Mas nada temo porque o céu sempre desce à terra
Na sua vastidão é ele próprio que se entrega
Eu sei que a confissão é a música do firmamento
Que lá só reina uma celebração sem tempo
Um paz gloriosa de quem em humildade reinou
Um brisa sedosa na interioridade do que sou
E vou olhando para o céu longínquo e lento
Como se olhasse o que de nu comigo vive cá dentro
Luísa Rafael
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Porto, Portugal