a rua do fogo

Regularmente frequentava

A rua do fogo, onde as ruivas

Irmãs eram senhoras das áreas mais

Férteis daquelas casas, sinuosas,

Seus botões eram imediatos e seus

olhares nos jogava à beira de uma

piscina profunda que nos lembrava

o despenhadeiro gerado em algum ventre amoroso

Providenciavam visitas ensaiadas,

No entanto, a idade e o tempo corrompiam

Parte dos planos, mas em suas torres

Amarrava a memória que o desejo

Engolia, cujo parafuso mais proeminente

Cravava no solo os lábios esquecidos

Que percorriam aqueles becos, era

A rua do fogo, mas havia a frieza dos

Corpos, que quando esfomeados e desejosos

Promovia a influência ressequida nos

Jardins dos encontros, amavam-se às

Escuras quando o mar, então um lago

Sem peixes e o beiral acorrentado nos

Inseria a sensação de que era bem

Longe que guardavam a mortalha

Dos menos habilidosos, tínhamos as pernas

Preparadas, e os ferreiros eram a essência

Dessa jornada, porque como deuses

Conheciam o fogo e como moldar novos

Caminhos, batizados com trevos

Que interligavam três corações em cada

Esquina nos moldavam e aprendíamos

A amar o que para nós ainda estava na torre,

Na rua do fogo aprendi que o que o fogo

É capaz, na rua do fogo sentia a vertigem

De fogueira viva que enchia a língua

De sabores.