Mundança
Sentir, ronda cercanias de avessos.
Caprichos que murmuram mudos.
Não basta palavra.
Feita a vida;
verbo Ser.
Sentir, sentir, sentir.
Três batidas na porta oca do tempo.
Quem foi?
Quem escuta?
Vida, verso solto.
E quem nasce preparado?
Amanhã, quem sabe, o pelo arrepie.
O ai nascendo agora mesmo.
Tempo-tempo-tempo.
Mais três batidas.
Dedos na modorra apressada.
Dois olhos murchos, desafinados.
Apruma a roupa de visita!
Quem chama não para.
Os rostos estão envelhecendo,
Nomes mudam,
e aí que se dá conta;
Mão à boca. Palidez sincera.
E no fim, quem será?