vereda
O ramo de sal na janela exterior se projeta,
E a mulher, fervendo palavras, as lança ainda
Cálidas sobre a mesa. Não menciono o animal que
Nos observa no canto da sala, apenas inspiro um
Redemoinho de folhas incandescentes que adentram pela janela,
Não adormeço no galho da árvore do jardim,
Mas viajo em sua folha polida, que mesmo sem lembrar,
Aprendeu a vagar com as borboletas.
Bebo a noite inteira, embriagado e anestesiado escrevo
Na mesma mesa o dia em que uma pedra nasceu e
Rolou pelos telhados vizinhos. Que trilha se abriu,
Não saberia encontrar uma semântica que desvendasse
Essa nova estrada. Alguém questionou fortemente, eu disse
Que foi o céu que se desvelou diante do arbusto que
Estava aceso. Não disse mais nada, mas soube que essa
Pessoa gerou uma nova perna no olhar. Silêncio,
Tudo o que reside neste poema é uma verdade. Adormeça.