explêndida

Na vastidão das estrelas, eu sei, a vertigem me envolve,

Indagaria então: O que nos sustenta? Talvez um cipó,

Com frágeis fibras, nossa base incerta, o mundo devolve.

Lá no alto, alvéolos lunares cintilam, em reflexões, nossos rostos, um só corpo,

Pequeno trono indireto do sol, enquanto a noite, com seu manto escuro, eterna casa, nos acolhe,

Assumimos, com ousadia, seu cultivo de chamas, e, ainda assim, é ela que nos eterniza.

Uma esplêndida magia nos mantém no rio sereno,

Que nos leva, com sutil elegância, às margens da esperança,

Dos olhos que das pedras nos observam, a donzela de sono fértil,

Seu corpo esculpido em mármore, onde a esperança se expande, e nessa esfera magnética, nos confiamos.

Entre as pedras, uma árvore preparada, desfraldando suas folhas onde o brilho descansa,

E queimam olhos impuros, iluminam aqueles que têm a visão aberta.

Presentes a cada instante, nós somos, na dança da vida, persistimos,

Na música da terra, profunda e improvável que haja dançarinos,

As moças se olham no espelho, a beleza as distrai da profundidade,

À espera de que o ponto perfeito seja atingido no relâmpago, estamos contentes.

As coisas se amam, assim como o homem em cima de um monte incerto.

Oculta é a pedra preciosa, sua libido vertiginosa,

Amamos sempre na queda, e o ato é como lançar-se para a montanha,

O sol da memória não concede o brilho da demora.

Despidos, em terreno cinza e vermelho, fervente e infiel,

Que torna translúcida a demarcação do desencontro, onde outrora floresceu,

Azálea peregrina, onde tua boca foi luz para os moribundos, enérgica e indomável.

O medo cava e escava, erigindo suas paredes e troncos queimados,

Qual a urgência de se saber morto, mas impulsionado por uma moça branca,

Enigma inexorável que não encontra a chave do desencanto,

Sempre será um mito a percorrer os continentes, pois brevemente, não toleramos tua fome.

Pão fresco na mesa, café fluindo pelas bocas famintas,

Quantas voltas de brisa, o errante que passava como uma pedra trêmula,

Insanidade em um escoadouro, molhando o pão, todos assistiam,

A terra se abrindo, onde o coração de um cometa foi plantado,

Mas era apenas o sal da terra se desterrando para um novo amanhã,