A brisa da Primavera
A brisa da Primavera
Sinto o cheiro dos céus em lágrimas orvalhadas
Do calor soalheiro nas terras sedentas lavradas
Dos pólens dissipados de cálices fecundos
Das flores que habitam os meus olhos profundos
Sinto o cheiro das manhãs ensonadas
Da aragem campestre em rotas caladas
Dos recantos de rosas silvestres perfumadas
Das trepadeiras erguidas em hastes enamoradas
Sinto o cheiro indefinido em nuances na vastidão
Das pétalas caídas que enfeitam o despido chão
Dos passos lentos por entre as ervas floridas
Dos abraços aos ventos das folhagens arbustivas
Sinto o cheiro quente do silêncio alegre numa espera
Uma carícia que se sente ao de leve com a brisa da Primavera
Luísa Rafael
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Porto, Portugal