A brisa da Primavera

A brisa da Primavera

Sinto o cheiro dos céus em lágrimas orvalhadas

Do calor soalheiro nas terras sedentas lavradas

Dos pólens dissipados de cálices fecundos

Das flores que habitam os meus olhos profundos

Sinto o cheiro das manhãs ensonadas

Da aragem campestre em rotas caladas

Dos recantos de rosas silvestres perfumadas

Das trepadeiras erguidas em hastes enamoradas

Sinto o cheiro indefinido em nuances na vastidão

Das pétalas caídas que enfeitam o despido chão

Dos passos lentos por entre as ervas floridas

Dos abraços aos ventos das folhagens arbustivas

Sinto o cheiro quente do silêncio alegre numa espera

Uma carícia que se sente ao de leve com a brisa da Primavera

Luísa Rafael

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Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 13/09/2023
Código do texto: T7884622
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