O palco da fantasia
O palco da fantasia
Abrem os cortinados vistosos para os famintos olhares
De uma plateia em labirinto à procura dos seus lugares
Cai uma escura lentidão em cada cadeira solitária
A ficção vagueia na multidão numa sonolência imaginária
Toda a essência é de um aveludado brilhante luzente
O ambiente aconchegante é de um perfumado quente
Na invisibilidade do instante há uma azáfama circunstancial
Uma ambiguidade pulsante entre a felicidade e a inquietação ocasional
Os pensamentos atordoados planam num voo estonteante
Num movimento cansado de um rotina esfuziante
Que caminha por entre o sentimento acordado da pura realidade
Coloca-se a máscara impura e o espartilho que se veste de plumas suaves nos bastidores
Choram-se em lenços bordados silêncios velados e saudades de amores
Atilhos acetinados em fantasias escondem as dores num mundo de magias e cores
Luísa Rafael
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Porto, Portugal