VENCENDO A ILUSÃO & + interações com a mestra: Luzia Avellar
VENCENDO A ILUSÃO
Tudo neste plano é temporário,
Assim como foram as tuas promessas,
Nada sobrevive o calendário,
Cada vida finda e recomeça...
Noutros planos descobri,
Que muitas vezes nasci,
Pra cumprir itinerários,
Que o meu carma processa...
Tudo neste plano é temporário,
Assim como foram as tuas promessas,
Para o texto:
Eram só palavras
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SEDUÇÃO POÉTICA
Pelo corpo desenhado,
Com os versos sedutores,
Eu fui hipnotizado,
E superei os pudores,
Em braile, meu pensamento,
Lia com atrevimentos,
Ainda mais apaixonado,
E desfeito em amores,
Pelo corpo desenhado,
Com os versos sedutores,
Para o texto:
Suscetível (de um conto à poesia)
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AUTOCONHECIMENTO
Pra me enxergar de fora,
Precisei sair de cena.
Levei meu Ego embora,
E o fiz sem sentir pena.
Tal se fosse um terceiro,
Pude ver-me por inteiro,
E tentei mudar na hora,
Tudo que me envenena...
Pra me enxergar de fora,
Precisei sair de cena.
(Reedição)
Para o texto:
Logosofia
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JOGO DA VIDA
Há uma fase na vida de cada um, que somos obrigados a vivê-la, pois não temos
como contornar. É exatamente quando estamos olhando para a infância com cara
de despedida que começamos descobrir que a vida tem algumas ciladas, muitas
perguntas e poucas respostas, pelo menos no instante que mais precisamos.
Descobrimos que passamos por uma porta de mão única e sem percebermos nos
deparamos em meio a um palco que se soubéssemos o que nos aguarda jamais entraríamos.
Não há nada de anormal, apenas as pessoas ali existentes, passaram pela mesma porta
e também sabem que não podem retornar. Todos sabem que as portas que veem
são apenas de saída e ainda desconhecem o que há por traz de cada uma.
Mesmo assim temos de escolher uma delas, não podemos pedir ajuda a quem está
no mesmo palco, pois estão tão perdidos quanto nós e nesta idade temos o hábito
de não consultar quem já viveu tais experiências, ou seja, os mais velhos e ainda
não os ouvimos quando se dispõem a nos alertar quanto aos métodos de escolha
de cada porta. Como temos de escolher uma mesmo sem sabermos se é realmente
a certa, procuramos dentro de nossos conhecimentos uma forma de não errarmos,
e paramos diante daquela que julgamos certa e abrimos mesmo correndo o risco de
cometermos um erro e sem chance de corrigi-lo. Assim é nossa pobre vida, um jogo
em que fazemos nossas apostas sem saber o que ganharemos, ainda que ganhe e
quando perdemos sentimos que talvez fosse melhor não ter que apostar.
Neste jogo, cada prêmio tem valores diferentes, conforme lugar e circunstâncias.
Às vezes aquilo que hoje e aqui nos é de grande valor, amanhã em outro lugar
ou no mesmo, não vale sequer a idéia de possui-lo.
Cada vez que jogamos, o fazemos com parte de nossas vidas, cada vez que perdemos,
não mais recuperaremos, e é nesta brincadeira sem retorno que por fim ganhamos a morte,
perdendo no jogo da existência, pouco a pouco e não temos saída,
pois não jogar já significa morrer.
Como todo adolescente, tive momentos difíceis em minha puberdade,
e como válvula de escape, além de resumir minha angústia nesta crônica,
compus uma poesia, uma espécie de promessa que me fiz, de não desistir
fosse qual fosse o resultado das minhas apostas,
neste jogo maravilhoso que é viver.
Para o texto:
Artilharia pesada
De: Luzia Avellar