Alguém sempre está partindo

 

Experimento agora velhas saudades...

cartas amareladas pelo tempo...

saudades do que foi, do que ficou,

do que deveria ter sido,

dores pelo que se viveu.

 

Não sei olhar de frente para isso tudo.

Não sei caminhar sem reviver...

 

O choro não é por melancolia.

É pela saudade que bate forte

na porta da frente,

mas também entra pelas janelas

como um vendaval.

 

Quantos já partiram?

A maioria se foi...

E eu ainda estou aqui.

 

E se alternam as saudades

das partidas tão sentidas.

 

Há, sim, há perspectivas

de que se experimente

novas e velhas saudades por aí...

é que o tempo passa...

e alguém sempre está partindo...

 

Poema dedicado ao Poeta Oscar Krost.