“Fumando uma flor inocente”
Não fumo tem uns meses
De tabaco já vai pra anos
Visitar a tabacaria era atraente
Tentando desviar de utensílios viciantes.
Os famosos cigarros que aliviam
Passaram a apresentar os presentes danos.
Já fui bom lunático em viagens
Intergaláticas
Daquelas que compreendem prazer,
Serenamente alucinando.
Dos que não dão barato, carreguei dúzias no bolso
E até fui parado por suspeita de contrabando,
Mas meu único crime foi contra a carteira
Calculando as despesas do que gastei fumando.
Possuí-lo entre os dedos trazendo tranquilo
A saciedade de toda ansiedade,
Sobriamente saboreando.
Meu pulmão não é mais o mesmo
Eu mal compreendendo ele não cooperando.
E como eu poderia querer?
Se nem eu mesmo mais sei quem sou
Mudei tanto quanto pude prever
Mal consigo entender como me mantive vivo
Sabotando constantemente meus próprios planos
Estraguei-me por culpa do excesso de tragos
O conjunto da obra foi parar e após uns três copos
O isqueiro indo em direção a boca e eu de novo falhando.
A fórmula é inocente, o tabaco é inocente, a flor é inocente.
O homem taxando impostos embutidos em experimentos
Que inconsciente nesse descontrole
Inventou seus vícios por falta de autossuficiência
E continuamente o inanimado segue culpando.
O estranho de tudo é que não comecei
A escrever nada disso fumando e
Terminei como a brasa, rolando dados
Distraído em palavras, queimando.