ESPERANÇA

Esperança que, um dia,
por mim passou, arredia,
sem se deter, apressada,
e não viu o sofrimento
que de perto me seguia,
sem dar trégua aos meus lamentos
- vingador encarniçado.

Esperança espera, para!
Não podes, assim, ir-te embora
sem dar-me de volta a ilusão,
que perdi nesta viagem:
grande, extensa - cansativa,
pra quem nada entenda da vida
de seus loucos personagens.

Volta atrás, refaz teus passos!
Ressuscita o sonho morto,
que jaz, ali, enterrado.
Que me importa  o teu protesto?
É meu sonho, o mais amado,
e ele é tudo o que me resta.