Abraçada pelos pensamentos
Abraçada pelos pensamentos
Ouço o ranger das tábuas de madeiras envelhecidas
As mágoas arrastadas a tecer as pálpebras caídas
Os pensamentos de formas recortadas são sombras no chão
Em movimentos das luzes douradas plasmadas de ilusão
Fecho os olhos debruçados no pavimento em solenidade
Avivo o sentimento cansado de uma leve saudade
Entregue ao andamento no soalho cada passo crepita a dor
Um amor que grita um poema num compasso de um lento clamor
As paredes levianas ouvem os ecos dos segredos
As minhas reticências insanas num abraço aos meus medos
Esqueço as aparências neste espaço solitário e sua imensidão
O imaginário invade o labirinto que serpenteia a emoção
E vagueia no que sinto na avidez desta solidão espiritual
A alma despe-se numa nudez de uma bela sonoridade musical
Luísa Rafael
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Porto, Portugal