Entre a Fome e o Silêncio da Noite
Na penumbra da noite silente e fria,
Entre o silêncio que envolve a cidade,
Há uma fome que insiste, que não se esvazia,
Uma ânsia que devora, sem piedade.
É a fome que não se sacia com o pão,
Mas que se alimenta dos sonhos perdidos,
Da esperança que se esvai, em vão,
Nos becos escuros e esquecidos.
Nas ruas, vultos se movem na escuridão,
Em busca de abrigo, de algum alento,
Enfrentando a fome, a solidão,
Neste mundo que parece tão desatento.
E o silêncio da noite encobre as vozes,
Das histórias que não são ouvidas,
Dos destinos marcados pelas escolhas,
Onde a fome é uma sombra que se esgueira.
Mas há também o silêncio da alma aflita,
Aquele que não é quebrado pelo barulho,
É o silêncio que esconde a dor infinita,
Daqueles que enfrentam a vida em sobressalto.
Entre a fome e o silêncio, há um abismo,
Um vazio que parece não ter fim,
E nesse abismo, perdemos o sentido,
Da humanidade que deveria unir-nos enfim.
Mas, mesmo na escuridão mais profunda,
Há uma centelha de esperança a brilhar,
Pois a fome, a solidão, o silêncio, tudo se funda,
Num grito por justiça, um apelo por mudar.
Que possamos ouvir esses clamores da noite,
Quebrar o silêncio que sufoca os corações,
E, juntos, enfrentar a fome, o frio, a açoite,
Construindo um mundo mais justo, com uniões.
Entre a fome e o silêncio, há a humanidade,
Que nos conecta, que nos faz compreender,
Que somos todos parte dessa realidade,
E que, juntos, podemos fazer a diferença acontecer.