ÁRCADES

Tentáculo

Uma porta retirada

Um vácuo medido da insatisfação humana

Acessório da vida de um cotidiano médio

Salvas

O andar motorizado de qualquer via

O gástrico som da avenida, e de cara

Estamos cheirando a fumaça do caminhão

Corrosão

Somos a turba maldita

Ilhada no vago de outras cabeças

Que sem pensar, cortam o falar,

As nossas cabeças, o escrever,

Abusam da nossa vontade

E retratam a pura ignorância comum

São como tentáculos que maculam a sua fé,

Aquela que você não sabe de onde veio,

Mas sabe para onde vai

que destratam todas as salvas

Mesmo que vidas sejam perdidas

Nem desvio lascivo do destino

E causam a nossa corrosão sanguínea

Entupindo o espaço com suas alucinações,

Divagando sem ter nexo do tempo,

Proibindo o prazer do nosso sexo.

Amadores, são todos amadores

Não por que amam, mas porque desatinam

Nos roubam a paciência e nos expulsam

Para qual seja a plaga que desejam,

Mas se perdem na nossa alegria

E tombam com nosso equilíbrio,

Pois, sujeitos estão ao destino dos fatos,

E o fato é nosso trunfo diário

O passado, o nosso exército

O futuro, o nosso caminho

O presente, a nossa espada

A língua, a nossa fala, a nossa escrita, a nossa vida

Árcades

Tríades de uma melodia em passo e tom maior.

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 25/03/2005
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