Gratia argumentandi

Gratia argumentandi

Pelo prazer de argumentar

Sandra Ravanini

Agônico choro de mãe, o que dizer deste verdor

de pedras e das egérias corrompidas? Esquece...

Quisera fosse guerra e não o amor que agora padece

no suplício da prata rendida à luz do desamor.

Sangrador útero, seca a vermelhidão e adestra a dor

e mais a lágrima que grassa no rosto indefeso

e desce escondida, quão oculto fora o vulto ileso

ruindo o chão pobre onde pisou a feiticeira e o desertor.

Adormece num pranto grisalho a mãe soluçante,

acorda a velha avó sem lembrar nenhuma cantiga

que outrora entoou no berço das princesas esquecidas

do toque das mãos e do olhar de amor em teu semblante.

Padece agônica a grisalha e em mim sangra a revolta;

ri a prostituta de prata, vidente em picadeiro,

acorda ó dizeres grosseiros, teu amor é o dinheiro,

trapézio e mentiras de um circo que foi...e à lona volta!

19/08/2007

17h47