Benedita
Ah como dói lembrar de ti\
E nunca mais poder te encontrar\
Como pude ser tão pueril\
Você bem na minha frente\
Ascendente como a flor\
Na sua primeira manhã\
De fala tão contundente\
Que não havia desafio\
Tão serena, carinhosa, que me aquecia\
A me admirar, sempre me reservava\
Em seus quadros a fantasia\
De dizer, que se fosse nova\
Comigo casaria\
Mas não ousava\
Ultrapassar segundos a me olhar\
Pra não se envenenar\
Porque sabia dos seus votos\
E conhecia bem o seu lugar\
Mas aqueles olhos castanhos calados\
Sob um silêncio ilhado\
De uma mulher a sua maneira\
Na vanguarda das pessoas\
Com seus cabelos e lábios perfeitamente desenhados\
Num ir e vir de uma simplicidade\
A por no tempo da sua idade\
A perigosa sedução e vaidade\
Com ar supremo e tão saudável\
Sabia exatamente o dia de brilhar\
Tão elegante e suave\
Que o seu estar equilibrava a razão de qualquer lugar\
Estar em tua companhia\
Nunca foi inseguro\
Porque sem me tocar tua orbita\
Equilibrava o meu ser\
Quem sabe se ousasse\
Talvez a tivesse\
No meu jardim\
Quem sabe se o tempo\
Fosse leal a mim\
Conquistasse o teu sim\
Porque o teu legado ainda anda por aqui\