Que venha o sonho
Que venha o sonho
Tocamos o mundo na sua alma e mistério
Do abismo profundo até ao plano etéreo
Usamos a percepção com uma mão cheia de sentidos
Pela intuição imaginamos os gestos perdidos
Tudo o que não é táctil agiganta o perigo
Pior que uma sombra ao olhar destemido
Somos mais pequenos do que nos diz a visão
Que nos engana com a coragem feliz da imaginação
Por isso nos resta simplesmente a plenitude da vivência
Abraçá-la com a atitude de quem vive uma única experiência
Ir até às fronteiras dos nossos limites do conhecimento
E a ela abrir o coração com perfume de sentimento
O medo aprisiona o voo agradável na sua longínqua altura
Que venha em sonho e nos leve nas asas da saudável loucura
Luísa Rafael
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Porto, Portugal