nervura real

Teu silêncio será ouvido,

Doce e decantada vertigem,

Vestido que mal a envolve, esfacela,

O sexo no céu mais epidérmico, me intriga.

Em febre profunda e extática, desvela-se,

O ventre, serpente, aranha, crepúsculo,

Sentido, escorpião venenoso, desloca-se,

Vida imprevidente, um triste tumulto.

A vontade, poderia tanto, mas em vão,

Pela metade, hoje, desafiada tristeza,

É o prazer, fruto e seu núcleo, doce ambição,

Puro suco, vertigem rumo a outra certeza,

Destilado da memória, sua expectativa,

Esfola-se, a coisa mirrada estende-se na entrada,

Rua de pedra, onde a chuva que desce e

Não corre, submerge, galáxias inteiras,

Afogam-se na impureza escura de

Tantas águas, quimera insolente,

E a dor desolada, então,

Tu chamas meu nome, conheces meus

Braços, o ventre que aquece, o prédio em agonia.

No nome de outros que quase não conheço,

Assim, tuas unhas despedaçam minha carne, meu

Sangue é o teu prato, nervura do real, obscuro,

Firme, extremado, permaneço,

Aguardo quando a porta se abre, já

Quando se fecha, a saída é para baixo.

=============================================

teu silêncio, ele será escutado,

Oh, doce e constrangida rapariga,

Vestido que mal a envolve, destroçado,

O sexo no céu mais epidérmico, intriga.

Profunda e extática em febre, se descobre,

O ventre, serpente, aranha, crepúsculo,

Sentido, escorpião de veneno, move,

Uma vida imprevidente, triste tumulto.

A vontade, poderia tanto, mas nada,

Pela metade, hoje, tristeza desafiada,

É o prazer, fruto e seu caroço, é estrada,

Puro sumo, vertigem para outro mundo,

Destilado de memória, sua chegada,

A coisa estiolada na entrada imunda.

Na rua de pedra, a chuva que desce e

Não corre, afunda, galáxias inteiras,

Afogam-se em impureza, é o abismo que mente,

Quimera impertinente, e a dor desolada,

Então, tu chamas meu nome, sabes dos meus

Braços, do ventre que aquece, do prédio em fúria.

No nome de outros que quase não conheço,

Assim, tuas unhas rasgam minha carne, meu

Sangue é teu prato, nervura do real que é devasso,

Escuro, firme, extremado, eu permaneço,

Espero quando a porta se abre, já

Quando se fecha, a saída é para o abismo.