amar
Se alguém te sussurrar: canta,
Essa canção no despertar do dia,
Abre tua janela para que o sol
Se revele, o branco do pano
Da toalha, o néctar pela metade,
Um verre é servido, e quando
Invertido, a noite rubra e apaixonada
Queime tua língua, a doçura
Dos beijos, a canção já se entoou,
Sol poente abençoado,
Mar ondulado de cores agitadas,
E de repente, as vestes emergem no
Corpo, seios mais vivos, ventre
Pálido, a ânsia trêmula de
Amar, de decifrar o voo do albatroz
E a sombra do repouso, canta
Essa balada, bebe mais vinho, a lua
De rubor, o céu sombrio com nuvens
De mistério, apenas esses símbolos decifrarão
O rio de êxtase, delícia inefável
De quem soube desvendar o segredo,
Que, úmido, jubila e aniquila a dor.
Se alguém te disser: cante,
Essa melodia pela manhã,
Abra a janela para que o sol
Se revele, a alvura do pano
De prato, o vinho pela metade,
Um copo é servido, e quando
Virado, água ruiva, enamorada,
Queima a língua, a suavidade
Dos lábios, a melodia já foi
Cantada, sol poente abençoado,
Onda esmerada de cores reviradas,
E de repente, a roupa emerge no
Corpo, seios mais vivos, barriga
Alva, a vontade ofegante de
Amar, de conhecer o voo da gaivota
E a penumbra do descanso, cante
Essa canção, tome mais vinho, a lua
De sangue, o céu escuro com nuvens
De sombra, somente esses signos saberão
Do rio de frutas, delícia incomparável
De quem soube destapar a folha,
Que molhada, alegra e dissolve a mágoa.
Se alguém te disser: canta,
Essa melodia ao romper do dia,
Arranca o sol para tua janela
Desperte, o branco do pano
De prato, o vinho pela metade,
Um copo é servido, e quando
Virado, a noite apaixonada e ardente
Queime tua língua, a suavidade
Dos lábios, a melodia já foi
Entoada, sol poente, luz abençoada,
Onda de cores rebeldes,
E de repente, a roupa se agita no
Corpo, seios mais vivos, barriga
Alva, a fome voraz de
Amar, de conhecer o voo da gaivota
E a penumbra do repouso, canta
Essa canção, bebe mais vinho, a lua
De sangue, o céu escuro com nuvens
De sombra, somente esses signos entenderão
O rio de fruta, prazer indescritível
De quem desvendou a folha,
Que, encharcada, se regozija e dissolve a amargura.
Se alguém te sussurrar: entoa,
A sinfonia ao alvorecer,
Ergue a cortina para que o sol
Desperte, o alvo do guardanapo
Envolva o cálice, metade cheio de vinho,
Uma taça se oferece, e no volteio
Do cálice, a noite ruiva e apaixonada
Queime tua língua, a suavidade
De lábios, a melodia já se extinguiu,
O sol nascente, luz divina,
Onda caleidoscópica de cores reviradas,
E de súbito, o traje desliza sobre o
Corpo, seios reavivados, ventre
Alvo, a fome ansiosa por
Amar, por conhecer o voo da gaivota
E a penumbra do repouso, entoa
Essa canção, bebe mais vinho, a lua
Sangrenta, o firmamento escuro, com nuvens
De sombras, somente esses símbolos decifrarão
O rio de êxtase, prazer inigualável
Para quem soube revelar a página,
Que, embevecida, alegra e desfaz a mágoa.