“Um trato no tempo”
Num tapa chegou a sexta e
Foi-se embora feito um sopro de Niemeyer o sábado
O dia seguinte anda chegando tão rápido
Provocativo num ponto facultativo, dia santo de feriado
Anda não, se vai correndo, disparado
Escorre depressa deixando sorrisos pelo rastro do rosto
E do mesmo jeito, quando dei por mim no jardim
O domingo inteiro já tinha acabado.
Na semana seguinte o mais recheado do predestinado
Entretanto agora sem tempo pra ficar entediado
A vida com passar do mesmo
Apressa o ritmo, alarga o passo
Peço calma em prece ao tempo
Mesmo que ele ignore fingindo não ter escutado
É um senhor tão ocupado, eternamente despreocupado
Já que o dele só acabará quando ele também tiver acabado
Dando conta de tudo e de todos sem intervalos
Pois até hoje pra ninguém eu o vi dar as costas
Permanecendo por uma fração de instante parado
Sussurra tardiamente no ouvido de volta em algum momento
Lá na frente: “espero que sabiamente tenha aproveitado”.