A SOLIDÃO DE UM PINGO D’ÁGUA
Escorrega das entranças da manhã
Um pingo d’água solitário,
Gota chorosa do orvalho,
Translucida e fresca,
Sobre as maçãs de uma pétala ruborizada
De uma jovem flor...
A gota d’água não sente o rubor da rosa encarnada
Ao molhar sua pele...
A gota d´água não percebe toda a luz do sol
Que sua transparência refletia...
A gota d’água não entende a doçura de seu sabor, compondo o néctar
Sorvido pelo beija-flor...
A gota d’água desconhece a sua magnitude
Enquanto só vivencia a solidão de um pingo d’água
Em seu ciclo natural...
Com saudades do oceano, do mar, do rio, da nuvem,
Esquece da primavera
E ignora a flor.
By Nina Costa, in 08/09/2023.
Mimoso do Sul, Espírito Santo, Brasil.