pão fresco
O pão fresco na mesa, o café e seu aroma insistente,
Quantas voltas de brisa, quantas calças penduradas em ganchos outrora.
O errante que passava como uma pedra trêmula,
Numa insanidade encantadora, não que eu não apreciasse a pia cheia de água morna,
Ou a cidade com edifícios curvados, mas em minha vida, os seres
Se moldam como retalhos, não como capítulos completos de um tomo,
Nem pela raridade de crepúsculos, ainda trago teu nome na bolsa,
E na parte de trás da carteira, teu retrato com aquele semblante inquieto.
A alegria entrelaçada com algo que a comovia, escapei
Daquele terreno onde os autômatos não coiceavam,
Pelos corredores do convento, nas tardes de café,
E, claro, na viela onde aprendeu a arte que o corpo esconde.
Aquele desconhecido compreendia as curvas silenciosas de tuas ancas,
Mais alvas que a alvura, as indistintas pernas de pele sem pelo,
Que sussurravam em profundidade o sabor do sal,
O grão de sal que salvou tua celebração da angústia do mar, do seu fundo vago.
E depois, aquela caminhada onde me afirmou que sua ternura
Era como um cata-vento repleto de otimismo,
Então abri o espaço necessário e embarquei na viagem que desmancharia tudo,
Restando apenas o vento a golpear contra uma muralha, enquanto tua boca era evocada somente beijando.