Tecendo sonhos
Há trinta e oito trabalhando
Dias, meses, anos a fio
Pedra sobre pedra lapidando
Rompendo tempestades e horizontes
Nas estradas... as pegadas, as lembranças
Momentos intensos, fugitivos, insinuantes
Guardados na memória, repentinos,
Doces, presentes em pessoas, amigos...
Apoios constantes! Que fazem da nossa vida
Valiosa riqueza registrada agora nesta escritura
Numa espécie de tentativa de reflexivos versos
Escritos como num dever de justiça
Para que não se perca no esquecimento
Das horas, dias e anos que somados
Trazem a alegria rebobinada no pensamento
Que a bem da verdade, nem tudo foi encantamento
Mas os sonhos construídos, bem vividos, peneirados
Foram tantos e tão belos, que o resultado satisfatório
Se vê num mosaico, tipo caleidoscópio mapeado,
Despertado, habitando em vibrações à nossa mente
São gostosas sensações que passeiam
De mãos dadas, irmanadas, trazendo emoções
Chegando mansas... ternas, silenciosas, suaves
Num repouso delicado, mavioso, convincente
E não há como resistir a força serena
A paz instalada na face, no peito, n´alma
De quem é grato aos sonhos mais frágeis
Aos mais tolos devaneios inconseqüentes
Que ajudaram a vencer os nossos medos
E com paciência costuraram a nossa história
E aqui estamos para dizer que valeu a pena
Pode viver e descrever para mim e para você
Que o bem maior é poder agradecer
Não o que se fez, ou deixou de fazer
Mas aquilo que se apreendeu, sentiu e viveu
Querendo sempre doar o melhor de si
Na construção sublime, de um modelar coletivo
Para que o mundo inteiro sorrisse, em uníssono
E como em devoção, numa alcova...
fossem postadas as nossas oferendas aos céus
Proclamando orações que enterneçam e
Façam com que Deus nos ouça e abençoe
Recebendo a certeza de que nossa prece
Será como um retrato colocado no álbum celeste
Onde a presença divina se possa perceber e sentir
Estampado, lado a lado, no coração do Mestre.
Hildebrando Menezes