a tua falta
Onde tu repousaste, onde agora mora a raiz que plantaste em mim,
Teima em florescer e revelar-se nesta vida tão vasta.
Transporto teus olhos pequenos e a pele marcada pelo tempo,
Desde minha infância, já eras vida.
Uma árvore imensa, tu eras, eu, teu fruto mais corajoso.
A semente já conhecia teu nome, as montanhas de febre e dor,
Assim como as águas grandiosas, cristais orvalhados.
Uma luminosidade como essa é tão solar quanto esta pedra antiga.
Amei com pureza, mas como equilibrar a conta justa, se tanto
Recebi apenas com teus olhos que compreendiam como o espaço
Se molda para nos impulsionar, tuas palavras, tuas mãos
Que pousavam na minha cabeça como gaivotas perfumadas.
Teus dedos, árvores celestiais, a indicar o caminho mais puro,
Onde não carecíamos de redenção, pois já estávamos seguros
Em tua sala que exalava doçura e aroma de flor.
Porque partiste, tua presença era tão certa, tua face amável,
Nada precisava ser feito, apenas respirar e amar,
Com ternura, a maçã inviolável ou a insolência do destino.
Amei intensamente, amei como quem esculpe a carne, como quem
Explora a mente, como quem perde buscando o próprio rumo.
Teu amor me deu da árvore o efeito mais grato, a sombra primordial,
A terra úmida e bela. Onde plantaria teu grão para o amanhã,
O pão que as noites saborearão, e sob esta terra vasta e vertiginosa,
Permaneço a teu lado, eternamente, onde a vida inteira pertenceu
Às minhas mãos, à outra mão, à minha tristeza, ao refúgio
Onde repousaste, onde agora reside a raiz que em mim semeaste,
nsiste em crescer e compreender como pode florescer tanto em uma vida
ão vasta. Transporto os teus olhos diminutos, a tua pele que
o tempo sempre habitou, pois já era vida desde a infância,
E se endureceu ou se tornou lembrança sólida diante das nuvens mais sombrias.
Uma árvore de tronco infinito, era isso que tu eras, eu o teu fruto
Mais intrépido, a semente já conhecia o teu nome, as
Montanhas de febre e dor e também as águas grandiosas,
Cristais úmidos. Uma clareza assim é tão solar quanto essa
Pedra que um mundo antigo esculpiu. Amei o que pude, amei
Com a mais pura virtude, mas como equilibrar a conta justa, se tanto
Me deste apenas com teus olhos que compreendiam como o espaço
Se forjava para nos fazer mover, as tuas palavras, as tuas mãos
Que repousavam em minha cabeça como gaivotas perfumadas,
Teus dedos, árvores inatingíveis e celestiais a me apontar o
Caminho mais puro e seletivo, onde não carecíamos de redenção,
Pois já estávamos seguros em tua sala que exalava
O mel da doçura, o aroma da flor e da mesa, as diversas
Toalhas que eram âncoras leves que nos seguravam nas explosões
De memória. Porque partiste, se tua presença era tão certa, se
Tua face era tão amável, que nada fazia para ser, a não ser
Respirar e amar, com ternura, a maçã inviolável ou
Cardume de insolência que fez ou outra que atravessou as paredes.
Amei com intensidade, amei como quem corta a carne, como quem
Bate a cabeça, como quem perde porque deseja seu próprio
Endereço, e o teu amor me concedeu da árvore o efeito mais
Grato, a sombra primordial, a terra úmida e profundamente
Belíssima. Onde semearia, ou guardaria teu milho para o amanhã, teu
Pão que as noites terão o prazer de degustar, e sob essa terra vasta e vertiginosa
Permaneço ao teu lado, eternamente, onde a vida inteira pertenceu
Às minhas mãos, a outra mão, à minha tristeza, o refúgio que conhecia
O peso que eu trazia.