Na esfera de si mesmo

Tenho fome de me tornar em tudo que não sou tenho ser

tenho fome do abraço de me tornar o outro em tudo que não sou

me tornar o outro em tudo me tornar o outro a outra douto doutra em tudo em tudo que não sou me tornar o outro de me tornar o nome distinto o outro distinguido por um nome distinto do meu nome distinto tenho fome de me tornar no que se esconde sob o meu nome embaixo do nome no subsolo do nome o sob nome o sobnome e por uma fresta num abraço contíguo penetra passa habitar o fictionário que me tornei em tudo que feixe de não fixas ficciones sou em tudo por tudo por uma fresta de tudo por uma fresta tudo se fixa por uma toda por uma toda fresta as fixações penetram passam a habitar o ficcionário que me habituei em ME me ME tornar em tudo todo o TUDO

personas personagens bailes de máscaras reais que pessoas que penetram que pessoas penetram pelas frestas e num abraço contínuo se casam fazem casa e se inscrevem e se incrustam máscaras moluscas no meu rosto me tornar uma escala crescente milesimal centesimal decimal inteira a face dum baile de máscaras reais vir a ser este fictionário que não sou

me casar que ainda AINDA que não sou e que sou sempre quando sempre tenho fome qual a escala crescente ou decrescente pra saber se um milésimo centésimo décimo inteiro todo ou fração todo meu fictionário ser se revelou no abraço contínuo contíguo em que se desvelou tornar tudo tenho fome de me tornar EM tudo que não sou

EU esta pessoa que está aqui falando na primeira pessoa eu do singular esta pessoa singular que sou eu pronome pessoal irredutível enquanto pronome mas que que se esconde se expande se estende sob o embaixo do no sub solo do pronome eu pessoal irredutível e é qualquer coisa além aquém qualquer alter outrem outra coisa além aquém alter outrem que mora no subsolo do pronome pessoal eu um sob pronome qualquer dia destes passo pra te ver gosto de ti como você nem imagina nem fictiona nem funciona sem teu fictionário pra imaginar e é uma alegria muito grande não tenho de que me queixar é uma alegria muito grande estar aqui entre pessoas boníssimas é uma alegria muito grande conviver com vocês todos neste dado neste dia dado em que uso da palavra pra me dirigir em agradecimento a todas as pessoas boníssimas que me acolhem sempre na maior alegria me acolhem me aquecem é uma grande alegria é uma alegria muito grande

não tenho do que me queixar é uma alegria estar fruindo entre pessoas boníssimas melhor dizendo bonissíssimas neste dado neste dia dado em que uso tenho o que não sou para meu uso e com o mesmo fuso fundo de fundar fundo de fundar fundo de fundir e com o mesmo fuso fundo a fome e a saciez num mesmo uso eu fundo e não sou tudo que uso tenho fome de me tornar tenho fome de mim tenho fome de tenho fome tenho um funditionário fundicionário fruicionário confitionário friccionário e das fricções de fiction que sou com a fiction que não sou me aqueço me aquece me dá calor me acalece mas que fiction sou e que fiction não sou

se me componho do que fundo do que se funde do fundido do confundido se o que não sou é uma composição que compunge o que não sou e é uma grande alegria quando me tornar o que não sou e o NÃO e o negro e o negativo e a noite e o vir a ser e o me tornar e o me tornar e o futuro e o passado e o fundido no presente deste dia dado que toco deste dia dado que me toca tenho de me tornar em tudo que toco e o que me toca deste dia dado e nada nada nada –

pode deixar passar de leve o vento por entre as frestas dos meus dedos que posso deixar passar de leve o vento por entre as frestas dos seus dedos que nada se esconde sob o nome da palavra NADA nada nada – os passosos passos

leves

do ventos, os passos leves do vento

por entrenos interstícios-