As minhas mãos
As minhas mãos
Já tive mãos que um dia foram pés
Percorreram caminhos nadando contra as marés
Outras calejadas pelos solos áridos que calcorreei
Acariciadas pelos frutos viçosos que plantei
Já tive mãos que um dia foram harmoniosas bocas
Tocaram os corações com palavras carinhosas soltas
Beijaram as peles nas estradas sinuosas tacteis
Suspiraram caladas perfumes secretos voláteis
Já tive mãos que um dia foram serenos ouvidos
Ecos da tua voz que se deixaram perder pelos sentidos
Sussurros leves em cócegas que despertaram a paixão
Toques perfeitos que foram música para o meu coração
Já tive mãos que um dia foram olhos e fizeram amor contigo
E que tiveram o calor da nossa magia como luminoso abrigo
Luísa Rafael
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Porto, Portugal