Inverso
Sigo a lei da transgressão.
Eu, a perversão da poesia.
Uma poesia dos sensíveis,
livre dos técnicos,
e das métricas estáticas.
Eu batalho pela poesia desregrada,
pelo poema do contrário.
O inverso.
Minha bandeira é a dos livres,
a do lirismo sem vergonha.
A poesia do susto.
A rima-absurdo.
Deserdei a moça que não baila,
e seus dizeres de estampa.
Destruí o mármore inerte.
A poesia é barro
mole e vivo.
O verso licencioso
e a estrofe dançarina
rebolam ousados
no pulsar da alma.