poesia esquecida
percorrendo a estrada antes de cair no sono
procurando controlar as vozes dos meus pensamentos
respirando devagar e profundo
quando abri mão e me entreguei ao descanso de domingo a tarde
foi se escrevendo com detalhes uma poesia
uma bela e profunda poesia
não fiz nenhum esforço para fotografar aquela escrita dentro da minha cabeça,
não convidei aquela poesia para deitar comigo e depois tomar um café comigo
a mandíbula já estava relaxada
estava com tanta saudade de colocar para forma
fiquei tão orgulhoso, tendo em vista as travas que me impedem de escrever
o medo de assumir os sentimentos e encarar a enxurrada
o medo de um controle fictício, que quando não contornado com as palavras, me mata, me sufoca
a escrita liberta, agora estou em busca da poesia perdida
quando abri meus olhos, já não lembrava dos versos
foi como vento, alguma marca deixou dentro do meu ser
mas lembrei da potência que os versos, muitas vezes sem rima
com leveza me organizam e me fortalecem para seguir vivo