A Verdade Inefável

Indispensável é que não te ocorra

Tornar este escrito um simples bilhete

Nem te enredes em ditas afáveis

Qualquer vestígio de anseio excluído

Qual a razão?

Ó, pacienta tua ânima um átimo!

Detém-te, ó ansiedade inoportuna,

Resguarda-te em expectante quietude,

Pois revelações estão por se efetivar.

Não engastes nestas linhas singelas

Mero compêndio de afetos harmônicos

Nem conglomeres em seus redutos

Partículas de efêmera alegria

Por qual razão?

Ah, aguarda! Invoca tua serenidade!

Contempla, pois, o tic-tac do destino,

Emerge das sombras, ó verdade revelada,

Pois o enigma cederá perante a aurora.

Esta epístola, abster-se de reduzi-la

A simples bilhetes, escorreita é a máxima,

Despega-te do afago fácil e transitório,

Da ventura efêmera, qual fogo fátuo,

Pois por quê?

Hesita, teu ânimo, um momento apenas!

Resista, ó anseio insaciável,

Ao intento de antecipar a trama oculta,

Pois o clímax aguarda seu momento.

Não queiras, em hipótese alguma,

Transformar este escrito em mera mensagem,

Ou amalgamar nele, com tinta indeleável,

Breves lampejos de contentamento.

Por qual motivo?

Ah, aguarda, aguarda, peço-te, oh inquietude!

Contempla, então, o desenrolar silente,

Pois em breve, ó verdade inefável,

Se desvelará, rompendo a penumbra.

E assim, caro leitor, neste excerto contido,

Evita tornar tais palavras em mera carta,

Abstém-se de urdir na trama tecida,

Ínfimos momentos de júbilo ilusório.

Por que motivo, indagas?

Oh, detém-te! Mantém-te imperturbável!

Permite que o desdobrar do enredo,

Desenlace-se em seu próprio tempo,

Pois a resposta aguarda seu ápice.

hewie
Enviado por hewie em 31/08/2023
Código do texto: T7874943
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.