Soneto da nudez afectiva

Soneto da nudez afectiva

Há uma solidão criativa que faz companhia

Que beija emotiva no sossego de uma cama vazia

Adormece no leito numa lassidão em chama ardente

Num aconchego satisfeito de um coração carente

Há uma solidão que clama pelo amor perfeito que não tem

Ao sabor do momento quem sabe até se não vem

No corpo prostrado inundado pela maré do delírio do pensamento

Derrama o pecado no lençol cansado do sentimento

Há uma solidão que verte lágrimas enrugadas de amargura

Pela face em emoção rolam carícias enamoradas de ternura

De uma mão de delícias encantadas num toque que não existe

Há uma solidão infinita que abre o peito de tão nua

Que sangra a cura com a lágrima de coloração triste

E que ainda grita à imaginação infinda à tua procura

Luísa Rafael

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Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 31/08/2023
Código do texto: T7874706
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