Soneto da nudez afectiva
Soneto da nudez afectiva
Há uma solidão criativa que faz companhia
Que beija emotiva no sossego de uma cama vazia
Adormece no leito numa lassidão em chama ardente
Num aconchego satisfeito de um coração carente
Há uma solidão que clama pelo amor perfeito que não tem
Ao sabor do momento quem sabe até se não vem
No corpo prostrado inundado pela maré do delírio do pensamento
Derrama o pecado no lençol cansado do sentimento
Há uma solidão que verte lágrimas enrugadas de amargura
Pela face em emoção rolam carícias enamoradas de ternura
De uma mão de delícias encantadas num toque que não existe
Há uma solidão infinita que abre o peito de tão nua
Que sangra a cura com a lágrima de coloração triste
E que ainda grita à imaginação infinda à tua procura
Luísa Rafael
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Porto, Portugal